É daqueles leitores cheios de livros em casa e de dilemas? Por exemplo: como os arrumo? Fico com todos? Terei tempo para os ler? Qual vou ler a seguir?
Almada Negreiros resumiu bem o problema: “Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam! Não duro nem para metade da livraria! Deve haver certamente outras maneiras de uma pessoa se salvar, senão… estou perdido.”
Não se perca, se tem o equivalente a uma livraria em casa. Se os anos de vida disponíveis para os ler são uma incógnita – querem-se muitos – o espaço para livros pode ser racionalizado. Mesmo em espaços pequenos podem fazer-se pequenos milagres.
Mas por onde começar? Organizamos os livros por géneros literários? Por categorias? Por tamanhos? Algumas pistas para organizar uma biblioteca em casa vão do simples facto de saber quantos e quais são os exemplares de que dispõe até ao modo como eles se vão enquadrar no seu espaço doméstico.
Antes de mais, saber o que tem ao certo em casa é um passo inaugural muito importante. Se a biblioteca for variada, pode organizar os livros em categorias literárias mais simples: ficção, não-ficção, arte, gastronomia, infantis/juvenis, por exemplo. A separação feita assim vai dar uma orientação mais precisa, tornando-os fáceis de localizar.
Se tem livros repetidos, ou daqueles que foram prendas de quem não o conhece suficientemente bem para saber que detesta aquele(a) autor(a), desfaça-se deles. A economia do espaço em casa agradece, e é mais uma garantia de que não se perde numa floresta de livros. Pode vendê-los em plataformas online de produtos em segunda mão, ou doá-los a bibliotecas municipais, por exemplo.
Agora tem a certeza dos títulos que quer manter mesmo consigo. O ideal é saber precisamente em que espaço da casa vai encontrar um bom romance ou um livro com poemas ou, ainda, um livro que vai fazer os mais pequenos sonharem – com o próprio livro, ou, simplesmente, depois de adormecerem após a audição de uma história antes de se deitarem.
Separe, por exemplo, ficção da não-ficção. Dentro da ficção, separe a prosa – romances, novelas... – da poesia e, se o seu interesse por livros tiver esse alcance, do teatro. A não-ficção pode também ficar arrumada por géneros e pode variar muito com os gostos e a necessidade profissional: os de economia, numa casa de economistas ou gestores; os de História, de engenharia, de auto-ajuda...
Outra regra: depois de os separar por géneros literários, agrupe-os por autores. De preferência, por ordem alfabética do apelido.
As regras podem mudar mas, uma vez estabelecidas, permitem uma melhor “navegação” pelas estantes.
Uma parede da sala pode ser uma livraria. Poderá parecer incrível, mas é capaz de conter todos os livros num só espaço. Existem as clássicas, as organizadas por módulos que se podem ir acrescentando à medida que cresce a biblioteca, as de tampo ao fundo e as que se assemelham a escadas.
E em espaços pequenos? Há modelos que se adaptam a medidas que parecem impossíveis, como junto a escadas, em fronteira com móveis que cumpram outras funções.
Também pode optar por prateleiras afixadas diretamente nas paredes.
E há quem tenha sempre um, ou dois, ou vários, de cabeceira. Mas são leituras em curso, ainda não preparadas para seguir para uma estante ou prateleira...
Chegados a esta fase da leitura, ainda não se falou dos livros funcionais. Os dedicados à gastronomia, com receitas diversas, ainda resistem à consulta rápida de uma receita na net. Pode arrumá-los em estantes na cozinha, onde é obviamente mais prático consultá-los, junto aos ingredientes de que vai necessitar para preparar a próxima refeição.
Os outros livros da casa podem e devem ser devorados, mas de outra maneira...
Está na altura de montar uma biblioteca em casa? Siga os 6 passos sugeridos pela DECO PROteste Casa