Crédito à habitação desacelera em 2022

Em queda ao longo do ano de 2022, o montante do crédito à habitação foi, no entanto, maior do que em 2021.

O Banco de Portugal publicou o relatório de acompanhamento dos mercados de crédito de 2022. No ano passado, o montante de crédito à habitação foi desacelerando ao longo dos trimestres. E acabou por cair 14,2% nos últimos três meses do ano, na sequência da subida das taxas Euribor. O montante total de crédito concedido ao longo do ano foi de 15,8 mil milhões de euros.

O número de contratos celebrados também caiu (0,7%), mas o montante médio dos empréstimos subiu – mais 7,5% do que em 2021, num valor médio de 136 143 euros.

Os contratos em carteira detidos pelas instituições bancárias também subiram. No final de 2022 eram cerca de 1,5 milhões de contratos, um saldo em dívida de quase 101 mil milhões de euros. Ou seja, mais 6,4% em relação a 2021.

Mais contratos renegociados

As renegociações dos contratos aumentaram 17,4 por cento. Foram realizadas 41 332 renegociações, correspondentes a 39 417 contratos de crédito à habitação e um montante total renegociado de quase 4,2 mil milhões de euros. 

Também subiram os reembolsos antecipados – mais 20% do que em 2021 –, num total de 6,6 mil milhões de euros reembolsados.

Mais taxas fixas e mistas

A referência pelos contratos de taxa fixa aumentou. Subiram de 5% para 6% entre 2021 e 2022. Os de taxa mista também aumentaram ligeiramente, enquanto os de taxa variável diminuíram. No entanto, ainda representam a larga maioria dos contratos celebrados, correspondendo a mais de 80% dos créditos à habitação.

Os novos contratos têm um prazo médio ligeiramente menor quando comparados ao ano anterior. No sentido inverso estiveram os prazos médios.