O Banco de Portugal publicou, no início de julho, dados sobre as taxas de juro e de montantes de novos empréstimos e depósitos bancários, de empresas e particulares, referentes ao mês de maio de 2023.
Os números divulgados trazem novidades sobre as taxas do crédito à habitação. A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação, contratados a taxa variável, foi de 4,20%, em maio. Ou seja, subiu mais 0,22% face ao valor de março de 2023 (3,83%). Com este aumento, a taxa variável praticamente igualou a taxa fixa, que estava, em maio de 2023, nos 4,19% (mesmo valor que em março).
Já os reembolsos antecipados de crédito à habitação subiram, em maio, para os 0,81% - mais 0,14% do que em março. Ou seja, 0,81% do total de empréstimos foram antecipadamente amortizados. A tendência de aumento manteve-se também nos reembolsos antecipados totais (de 0,52% para 0,66%) e nos reembolsos antecipados parciais (de 0,14% para o 0,15%). Assim, o aumento das amortizações antecipadas dos empréstimos à habitação tem vindo a ser gradual desde setembro de 2022.
Estas conclusões são exclusivamente sobre os novos empréstimos e os empréstimos existentes concedidos a particulares para habitação própria permanente.
Aquando da contratação de um crédito à habitação, o cliente tem de escolher entre uma taxa variável ou uma taxa fixa, no que à taxa de juro diz respeito. E a verdade é que a decisão depende muito das suas condições. Se optar pela variável, apesar de mais barata, ficará sujeito às oscilações da Euribor. Caso escolha a taxa fixa, sabe com o que contar todos os meses, pois esta não muda com o contexto económico-financeiro. No entanto, pode ser mais cara do que a variável.
Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, e também Nuno Rico, especialista da DECO PROTESTE em produtos bancários, chamaram a atenção para uma questão importante. As taxas de juro estão perto de atingir o pico, o que significa que os novos créditos, contratados a taxa fixa, irão ficar fixos em taxas de juro altas. Se os indexantes variáveis, ou seja, a Euribor, começarem a descer, como é esperado, esses contratos a taxa fixa não beneficiarão do alívio proveniente dessa descida. Fique atento e não caia na armadilha. Aconselhe-se antes de contratar o crédito à habitação.
Saiba mais sobre o risco de contratar um crédito à habitação a taxa fixa. Descubra, ainda, o que a DECO PROTESTE exige.
Ouça também o episódio “A paz, o pão. E a habitação?”, do podcast da DECO PROTESTE, onde este tema é discutido.