DECO PROTeste Casa - mais casas sobrelotadas mais residentes em condicoes privacao habitacional
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Mais casas sobrelotadas e mais pessoas em más condições habitacionais 

As habitações sobrelotadas aumentaram, em 2023. Há também mais portugueses a viverem em condições delicadas, sem dinheiro para aquecerem a casa.

 

Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), cerca de 13% das pessoas viviam, em 2023, em alojamentos sobrelotados, ou seja, onde o número de divisões habitáveis era insuficiente para o número e o perfil demográfico do agregado. Este valor aumentou 3,5% face a 2022.  

A população em risco de pobreza é a mais afetada pela lotação em demasia das habitações (27,7%), sendo os jovens até aos 17 anos os mais prejudicados com a situação (cerca de 22 por cento). 

No lado oposto, a realidade também é expressiva: 36,4% da população vivia em situações de subocupação (número de divisões habitáveis é superior ao necessário para a composição do agregado familiar). Esta realidade é maioritariamente protagonizada pela população idosa (56,2%) e pelas famílias sem filhos ou crianças dependentes (51,7%).   

Privação habitacional afeta 6% da população e a humidade é um problema 

Em 2023, a percentagem de residentes a viverem em condições severas de privação habitacional (as famílias que viviam num alojamento lotado com, pelo menos, um problema nas condições físicas e sanitárias) aumentou para os 6%, mais 2,1% face a 2020. 

E a fotografia tirada ao ano de 2023 indicava que, mais uma vez, a população em risco de pobreza era a que mais sofria com esta situação (14,8 por cento).  

Mais: no geral, cerca de três em cada dez dos residentes em Portugal vivia com, pelo menos, um problema nas condições sanitárias e físicas da casa, sendo a humidade nas paredes e tetos a grande dor de cabeça das famílias, protagonizando quase 30% dos incidentes.  

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Portugueses sem capacidade para aquecer as casas 

Ainda na ótica das condições das habitações, mais de um quarto da população portuguesa, em 2023, vivia em agregados que não tinham capacidade financeira para manter o alojamento confortavelmente quente (mais 3,3% face ao ano anterior). Em 2022, Portugal era o quinto país, no ranking de 27 da União Europeia, em que esta incapacidade era mais elevada, atingindo mesmo quase o dobro da percentagem da média europeia.

Volta a ser a população em risco de pobreza a que menos capacidade financeira tem para aquecer a casa (37,3 por cento). Esta situação afeta principalmente a população idosa (28,5 por cento). 

O INE garante ainda que cerca de três em cada dez alojamentos não tinham qualquer tipo de aquecimento, sendo esta questão bem mais evidente nas Regiões Autónomas: quase 90% das habitações insulares não têm soluções para se tornarem mais quentes.  

Menos despesas com habitação, mas muitos encargos para pessoas em risco de pobreza 

São várias as despesas com habitação que as famílias portuguesas têm de suportar. Faturas de água, eletricidade e gás são só uma gota na imensidão de encargos. Se juntarmos os seguros, as reparações, as rendas ou os juros do crédito à habitação, a lista fica bastante pesada. 

Apesar disso, em 2023, a carga mediana das despesas com habitação diminuiu face a 2022, fixando-se nos 9,7 por cento. No entanto, para a população em risco de pobreza esta carga representava um quarto das despesas gerais, mais do dobro do valor da população em geral.  

Pelo mesmo caminho foi a taxa de sobrecarga das despesas com habitação (quando o rácio entre despesas anuais com habitação e o rendimento disponível é superior a 40%), que também viu a sua percentagem descer ligeiramente face ao ano anterior. Era, de novo, a população no limiar da pobreza que estava mais sobrecarregada.