Em 2023, 117 mil pessoas contraíram um crédito para aquisição de habitação própria permanente, ou seja, menos 30 mil do que em 2022. A maioria destas pessoas trabalhava por conta de outrem, tinha um nível de escolaridade superior e cerca de quatro em cada dez tinham idades compreendidas entre os 31 e os 40 anos. Estes dados foram divulgados pelo Banco de Portugal.
A Grande Lisboa, a Área Metropolitana do Porto e a Península de Setúbal são as regiões onde mais créditos à habitação própria permanente foram contratados.
Os créditos à habitação que se destinavam à aquisição, construção ou realização de obras em habitação secundária ou para arrendamento e aquisição de terrenos para construção também foram alvo de análise. Estes, que representam 17% dos novos créditos à habitação concedidos em 2023, foram contratados por cerca de 24 mil pessoas, número que se mantém estável face ao ano anterior.
Pouco mais de 9% dos créditos à habitação própria e permanente foram contraídos por cidadãos de outros países, mais quase 3% em relação aos números de 2021. Este tipo de crédito continua, já de há dois anos para cá, a ser muito procurado pelos cidadãos brasileiros (cerca de 40 por cento).
Já nos créditos à habitação para habitação secundária (geralmente associados a casas de férias) ou arrendamentos, 26% dos devedores eram estrangeiros: 19% destes eram angolanos e 13% brasileiros e norte-americanos. Esta percentagem aumentou cerca de 10% face a 2021, ano no qual 17% das pessoas que pediram este tipo de crédito não eram portuguesas.
Sete em cada dez dos novos contratos de crédito à habitação própria permanente foram inferiores a 150 mil euros, e apenas 4% ultrapassaram os 300 mil. Cerca de 12% do montante concedido para este tipo de crédito à habitação foi para população estrangeira, sendo que quase 30% destes eram, mais uma vez, provenientes do Brasil.
Já no montante para créditos à habitação secundária e afins, metade tinha valor igual ou inferior a 101 mil euros. E é neste tipo de empréstimo que o peso do montante estrangeiro ganha mais relevância: cerca de 40% do valor total foi concedido a pessoas de outros países, principalmente norte-americanos (16%), angolanos (13%) e brasileiros (12%). Se analisarmos por região, a grande maioria do montante total dos créditos concedidos no Algarve foi para devedores estrangeiros (71%); na Grande Lisboa, este valor foi de 47%; na Área Metropolitana do Porto, fixou-se nos 32 por cento.
Saiba como comparar propostas de crédito à habitação