Depois de mais de uma década de juros historicamente baixos, as famílias portuguesas debatem-se com o aumento das prestações do crédito à habitação, devido à subida das taxas de juro. Esta situação terá reflexos no mercado imobiliário, em 2023, que pode sofrer um abrandamento.
Para muitas famílias, a renegociação das condições do crédito pode não ser suficiente para garantir o cumprimento dos contratos, e a solução poderá passar pela venda das casas. A entrada de mais imóveis usados no mercado penalizará, por sua vez, os preços, que tenderão a baixar. Do lado da procura, uma possível baixa dos preços criará oportunidades de investimento, sobretudo para quem tem possibilidade de prescindir do crédito, cujas condições estão agora menos atrativas.
Não há, no entanto, de momento, indicadores que apontem para grandes problemas no mercado imobiliário. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor mediano da avaliação bancária do metro quadrado caiu em agosto e outubro de 2022, mas as subidas têm sido uma constante. Só entre novembro de 2021 e o mesmo mês de 2022, o preço do metro quadrado subiu 14 por cento.
Em 2022 assistiu-se, aliás, ao maior crescimento do valor dos imóveis da última década. Mas desde 2014 que as valorizações mensais positivas são praticamente ininterruptas. É preciso recuar aos anos da troika para se encontrar uma queda sustentada do valor das habitações.
Mas nada indica que a crise que se avizinha tenha as mesmas dimensões na economia portuguesa. Ainda assim, os preços atualmente muito elevados deixam adivinhar uma correção ao longo dos próximos meses.
Embora não se preveja um cenário económico e social particularmente risonho para 2023, em tempos de crise, também há oportunidades.
A quem está a pensar comprar casa, a DECO PROteste Casa aconselha a ser especialmente seletivo e a ter em atenção que, se recorrer a crédito, o preço total a pagar pelo empréstimo será superior, mesmo num cenário de imóveis mais baratos.
Já numa ótica de investimento imobiliário, uma eventual descida dos preços pode ser uma boa oportunidade para quem tem a possibilidade de comprar casa sem depender de financiamento bancário ou pretender rentabilizar um imóvel para arrendamento, por exemplo.