"Todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades." O verso de Camões aplica-se, literalmente, a tudo. Até a uma prosaica máquina de lavar loiça que, um dia, resolve avariar-se, de forma definitiva.
Na verdade, até são os grandes eletrodomésticos que duram mais. Os pequenos, nem por isso: aquele monitor que utilizava no computador antigo, que já não funciona ou que já não tem a qualidade de imagem desejada. Ou a torradeira que deixou de cumprir devidamente as suas funções. Ou o televisor antigo, que nem para aquário serve.
A tentação pode ser desfazermo-nos logo deles. A solução não é, de todo, deitá-los fora, no vulgar sentido de os atirar para o lixo comum. Todos têm um destino.
Se o fim de um desses aparelhos ou eletrodomésticos for demasiado prematuro, pode estar perante um exemplo de obsolescência programada, ou seja, um tempo quase previamente definido pelo fabricante para os fazer parar. E, naturalmente, para o obrigar a comprar um novo. Pode usar a plataforma da DECO PROTeste para denunciar esta situação.
Se houver hipótese de reparação e se o preço não for proibitivo, contacte o representante da marca para o reparar; nem sempre o orçamento é alto.
Se possível, pode optar por uma reparação gratuita: leve o eletrodoméstico a um dos Repair Cafés que funcionam mensalmente em vários locais do País, incluindo em Lisboa e no Porto. Trata-se de espaços em que voluntários oferecem o seu tempo para fazer pequenas reparações.
Existe ainda, em Lisboa, o Banco de Equipamentos. Conheça melhor esta iniciativa que recupera aparelhos e pessoas.
Se já não houver recuperação possível para o equipamento elétrico ou eletrónico e se decidir comprar um equipamento novo, pode entregá-lo à loja onde comprou o novo ou, no caso de equipamentos de grandes dimensões (como um frigorifico ou máquina de lavar roupa ou loiça) pode solicitar a sua recolha na altura em que a empresa vá entregar o novo equipamento.
Por outro lado, caso não tenha comprado um equipamento novo, deve depositá-lo num ecocentro ou num dos pontos de recolha das entidades gestoras de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos: Electrão, ERP Portugal e E-Cycle. Alguns supermercados e zonas comerciais disponibilizam também contentores para pequenos eletrodomésticos ou aparelhos eletrónicos.
Estas entidades são responsáveis pelo encaminhamento destes equipamentos de forma segura para as unidades de tratamento e valorização, onde se aproveitam os materiais viáveis e se descontaminam os que não se podem aproveitar. Não se desfaça dos velhos aparelhos abandonando-os junto aos contentores de lixo comum ou dos ecopontos. Mesmo que a ideia possa ser que sejam aproveitados por outras pessoas, serão considerados lixo abandonado na via pública a partir do momento em que são depositados em locais não autorizados.
Para se desfazer de um eletrodoméstico ou aparelho ainda a funcionar, recorra a lojas de artigos em segunda mão. Também pode doá-lo a uma instituição de apoio social. Algumas fazem a recolha porta-a-porta. Se os abandonar, podem ser recolhidos por alguém que, ilegalmente, os desmantele, podendo libertar poluentes para a atmosfera.
Consulte ainda um mapa completo dos pontos de recolha destes equipamentos em todo o país. Pesquise por “código postal ou localidade” e aplique um dos filtros logo abaixo, à esquerda na página de acolhimento do site: tipologia de equipamento (grandes ou pequenos eletrodomésticos) e tipos de resíduos que podem ser recolhidos nos locais indicados pela pesquisa.
Tenha em atenção, no entanto, que CD e DVD fora de uso devem ser colocados no contentor de resíduos indiferenciados (lixo comum). Isto aplica-se tanto ao próprio disco, como à caixa. Mesmo que seja de plástico, esta não é considerada embalagem.