Em tempo de inflação, gestos simples podem significar grandes poupanças. Descubra como poupar eletricidade em casa para reduzir a fatura.
Se estiver em vias de comprar um novo eletrodoméstico, consulte a etiqueta energética: as classes, de A a G, indicam a eficiência do aparelho, da maior (A) à menor (G). Uma preferência pelos que ostentam o A é obviamente melhor, mesmo que o eletrodoméstico seja mais caro – o desempenho superior leva a poupanças que compensam um eventual custo elevado: os equipamentos atuais consomem, em média, menos 50% a 60% face aos modelos de há 15 anos.
Se possível, compre um frigorífico combinado em vez de um modelo americano, que tem um consumo muito maior.
Escolha um modelo com dimensão adequada às necessidades. Ter o frigorífico constantemente meio vazio gera consumos de energia inúteis. Conte com 60 litros por pessoa e 150 litros, no mínimo, por família (por exemplo, de três elementos). Se vive sozinho, poderá não se justificar escolher um frigorífico familiar.
Utilize racionalmente o frigorífico, não guardando bens em excesso – o peso excessivo vai exigir maior consumo de energia do aparelho.
Os consumos dependem, sobretudo, da temperatura utilizada na lavagem – a etapa em que a água aquece é a que mais energia consome.
Junte roupa suficiente para usar a máquina com a carga completa (gasta menos de metade da água e eletricidade do que se fizer dois ciclos com meia carga) a uma temperatura inferior a 30 ºC.
Para nódoas difíceis, em vez de aumentar a dose de detergente ou recorrer a temperaturas elevadas, faça um pré-tratamento das manchas, com detergente da loiça em nódoas de gordura e pigmentos, sal ou água oxigenada.
Respeite a quantidade de detergente recomendada no rótulo. Para roupa pouco suja ou programas curtos, pode reduzir a dose.
Prefira o estendal, sempre que possível: permite poupar até 120 quilowatts-hora por ano.
Quando a utilizar, use-a só com a carga completa.
Evite programas que deixem a roupa demasiado seca, pois custará mais a passar a ferro, e gastará mais energia.
O modelo mais adequado é aquele que evacua o ar húmido, em vez de o condensar: esta capacidade leva a poupança no consumo. Certifique-se de que o tubo de evacuação é o mais curto possível, para evitar perdas de eficácia.
Prefira as equipadas com bomba de calor: são muito mais eficientes que os aparelhos de ventilação. Podem gastar quase um terço da energia consumida por modelos menos eficientes.
Na altura de escolher ou de substituir uma máquina de lavar loiça, procure, como indicámos para os frigoríficos ou as máquinas de lavar roupa, escolher um modelo eficiente. Consulte a etiqueta energética.
Em média, a máquina de lavar loiça consome 13 litros por ciclo de lavagem, com o programa principal ou automático; no programa eco, consome cerca de dez litros. Para a lavagem e enxaguamento da mesma quantidade de loiça à mão, poderá gastar 60 litros... Se o fizer com água quente, estará a adicionar às contas o consumo de energia, ainda mais elevado se deixar correr água quente enquanto enxagua todos os pratos.
Se tem por hábito deixar a torneira aberta em contínuo enquanto lava toda a loiça à mão, será preferível optar pela máquina de lavar: poderá, assim, poupar cerca de dez mil litros de água por ano, considerando o mesmo cenário.
Utilize-a só depois de estar cheia; evite o programa de meia carga.
Opte, sempre que a loiça não estiver muito suja ou não tiver restos de comida ressequidos, pelo programa eco ou outro que tenha uma temperatura de lavagem mais baixa. Poupa água e eletricidade. Mas, atenção, o programa eco é normalmente mais demorado e, nalgumas máquinas, poderá não ser eficaz se a loiça estiver particularmente suja, principalmente tachos e panelas. Limpe previamente com os talheres ou com um guardanapo de papel todos os restos de alimentos dos pratos e deite um fundo de água nas frigideiras e nos tachos com sujidades muito incrustadas e ainda quentes.
A maioria dos televisores apresenta etiquetas energéticas que variam entre o A e o B, na escala mais recente, definida em 2021. Opte, naturalmente, de preferência, pelos televisores com a classificação A.
A primeira dica que poderemos dar em relação a televisores é que não os deixe ligados permanentemente à tomada. Ao contrário de outros eletrodomésticos que têm de estar permanentemente ligados para cumprirem a sua função – como um frigorífico, por exemplo – podemos poupar consideravelmente no chamado “consumo escondido”, ou em standby: mesmo estando desligados, muitos aparelhos consomem eletricidade de modo a manterem visores ligados ou outras funções internas em operação. A maioria dos aparelhos recentes tem um modo standby mais económico, que permite um consumo inferior aos dos antigos. Mas, ainda assim, é de ter em conta. Desligue os aparelhos da corrente quando não estiver a usá-los. Por exemplo, os descodificadores de sinal (boxes da TV) são raramente desligados da ficha, porque demoram muito tempo a arrancar ou porque os programamos para gravar algum filme, por exemplo. Com ou sem a televisão a funcionar, acabam por apresentar consumos de eletricidade significativos.
Deve ainda, para evitar estes consumos, carregar sempre no botão "off" dos equipamentos (dos televisores, do micro--ondas, da impressora, etc). Não desligue os aparelhos com o comando, mas no botão que se encontra no próprio aparelho, situado, muitas vezes, na parte de trás. Quando não estiver a usá-los, desligue-os mesmo da tomada para garantir que não continuam a consumir.
Desligue os aparelhos recarregáveis da tomada assim que a bateria estiver carregada (smartphone, pequenos aspiradores, escovas de dentes elétricas, etc.).
Desligue o computador quando não está a usá-lo
Tente não multiplicar em casa a quantidade de pequenos objetos que se ligam à corrente: rádio-despertador, relógios, etc. Os consumos unitários são baixos, mas, todos somados ao longo de um ano, pesam na carteira.
Às lâmpadas também se aplica uma etiqueta energética, para podermos comparar a classe energética, para ajudar a escolher modelos mais eficientes e, assim, poupar eletricidade.
Quando substituir uma lâmpada, dê preferência à tecnologia LED, mais eficiente. Não só apresentam fluxos luminosos muito interessantes a um preço adequado, mas também maior rapidez com que entregam o fluxo máximo luminoso, e pela sua durabilidade (quer em horas de funcionamento, quer em ciclos de "on/off").
As lâmpadas de halogéneo que se usam para uma iluminação indireta no teto têm, muitas vezes, 30 a 50 watts de potência cada. Se tiver seis lâmpadas destas num corredor e as deixar acesas uma hora e meia por dia, ao fim de um ano, terá consumido entre 99 kWh e 164 kWh, o que representa entre 18 e 30 euros. Com lâmpadas LED de fluxo luminoso equivalente, poderia reduzir os consumos para cerca de 23 kWh, o que equivale a mais de quatro euros anuais.
Além disso, não deixe a luz exterior acesa toda a noite, por exemplo. Se, por motivos de segurança, precisar de iluminação por longos períodos, opte por lâmpadas LED adaptadas ao exterior. Colocar um detetor de movimentos também é boa ideia, seja no exterior, seja no interior da habitação, em locais de passagem frequente, como corredores e escadas.
Para ler um livro ou para outra atividade que ocupe um espaço limitado da divisão, prefira usar um foco direto de halogéneo ou de LED, em vez de iluminar todo o espaço.
Mude a lâmpada quando começa a perder luminosidade, pois continuará a gastar a mesma quantidade de eletricidade. Limpar as lâmpadas regularmente também é útil. O pó, as dedadas, etc., podem reduzir até 30% a intensidade do feixe luminoso.
E, claro, não se esqueça de apagar a luz sempre que sai de uma divisão.