DECO PROTeste Casa - precos casas primeiro trimestre 2023 subida mais lenta

Preços das casas subiram no 1.º trimestre de 2023, mas mais lentamente

De janeiro a março de 2023, os preços das habitações continuaram a subir, mas a um ritmo mais lento. São vendidas cada vez menos casas.

 

No primeiro trimestre de 2023, o preço das casas, traduzido pelo Índice de Preços da Habitação, aumentou 8,7 por cento. No entanto, este valor representa menos 2,6 pontos percentuais do que o verificado no trimestre anterior. Ou seja, as habitações continuam cada vez mais caras, mas o ritmo de subida dos preços abrandou face aos últimos três meses de 2022. Estes são dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

De janeiro a março de 2023, as habitações existentes registaram uma taxa de variação de preços de 9,7%, percentagem superior à das habitações novas (5,7%).

Vendem-se cada vez menos casas

De acordo com os dados do INE, no primeiro trimestre de 2023, foram transacionadas 34 493 habitações. Isto significa que se vendeu menos 20,8% das habitações, comparando com o período homólogo de 2022.

Há três trimestres consecutivos que o número de transações apresenta uma taxa de variação negativa (-2,8%, -16% e -20,8%). Ou seja, vendem-se cada vez menos casas.

Do total das transações, 6970 dizem respeito a habitações novas (menos 8,3% face ao primeiro trimestre de 2022). Já as vendas de habitações existentes são 79,8% do total de transações (27 523 unidades), menos 23,4%, comparando com os valores dos primeiros três meses de 2022.

Tal como garante o INE, “o número de transações diminuiu 10,5% entre o 4.º trimestre de 2022 e o 1.º trimestre de 2023 (-8,8%, no trimestre anterior), verificando-se uma redução do número de transações de habitações existentes de 13,0%, sendo que na categoria das habitações novas observou-se uma taxa de variação de 1,4 por cento”.

São as famílias quem compra mais casas (29 280 habitações, em 2023): quase nove em cada dez habitações são compradas por agregados familiares. Ainda assim, registou-se, no primeiro semestre de 2023, uma redução de 22,6%, face ao período homólogo. No que ao valor das habitações adquiridas por famílias diz respeito, verificou-se uma descida de 17,3%, comparando com o mesmo período do ano passado. O valor das habitações compradas por famílias foi, nestes primeiros três meses, de 5,8 mil milhões de euros, o que representa 83,9% do total.

Portugueses estão a deixar de ser os compradores

São 32 001 as casas compradas por pessoas com domicílio fiscal no território nacional. Numa perpetiva global, este número representa 92,8% do total de casas vendidas. No entanto, a percentagem tem vindo a cair. Nos primeiros três meses de 2023, o número de habitações compradas por residentes em Portugal desceu 21,9%, face ao período homólogo, atingindo o valor mais baixo desde o primeiro trimestre de 2019.

Já os compradores estrangeiros, com domicílio fiscal fora do território nacional, compraram 2492 alojamentos, representando 7,8 por cento. No entanto, segundo o INE, a percentagem sobe para 12,7% se considerarmos o valor transacional.

Lisboa comanda o mercado imobiliário

Nos três primeiros meses de 2023, foram transacionadas 9924 habitações na região norte (28,8% do total de vendas), mais 0,4 pontos percentuais, em termos homólogos. No entanto, a Área Metropolitana de Lisboa lidera na compra e venda de casas, com 9761 transações registadas. Apesar disso, é o valor mais baixo de vendas, nesta região, desde o quarto trimestre de 2016.

À semelhança do Norte, o Centro também viu a percentagem de vendas de casas aumentar: com um total de 7654 transações (22,2%), conseguiu mais 2,2%, face ao período homólogo. O Alentejo e a Região Autónoma da Madeira, com 2577 e 898 vendas, respetivamente, também registaram aumentos homólogos.

Já no Algarve, a redução foi de apenas 0,6%, tendo sido registados 3080 alojamentos transacionados.

Na Região Autónoma dos Açores, contabilizaram-se 599 transações, representando, assim, 1,7% do total de vendas (sem alteração face à percentagem de 2022).

Em relação ao valor das transações, entre janeiro e março de 2023, a Área Metropolitana de Lisboa registou 40,6% do valor total das vendas de habitações. O Norte surge em segundo lugar, com 23,5% desse total. Contudo, em ambos os casos, o valor das transações foi o mais baixo dos últimos dois anos (cerca de 2,8 e 1,6 mil milhões de euros, respetivamente).