Os preços das casas, medidos pelo índice de preços da habitação, aumentaram, em 2022, 12,6% face ao ano anterior, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE). Trata-se, segundo o INE, da taxa de variação anual mais elevada da série disponível, mantendo-se uma dinâmica contínua de crescimento dos preços das habitações transacionadas.
O crescimento dos preços foi mais acentuado nas habitações existentes, em relação às quais se registou um aumento médio anual de 13,9%. O crescimento dos preços das habitações novas situou-se nos 8,7 por cento.
Em 2022, foram transacionados 167 900 imóveis para habitação, o que representa um aumento de 1,3% em relação a 2021. No entanto, “excetuando o ano de 2020, fortemente condicionado pelo efeito da pandemia COVID-19, constituiu o menor crescimento no número de transações desde 2012”, refere o INE. As habitações novas representaram 17,8% das transações.
O número de transações foi mais intenso no primeiro semestre do ano, tendo-se observado um crescimento de 14,1% face a 2021. Neste período, o valor das transações aumentou 30,7 por cento. Na segunda metade do ano, a situação inverteu-se e o número de transações reduziu 9,6% (-1% no que diz respeito ao valor).
As transações de alojamentos totalizaram, em 2022, um valor de 31,8 mil milhões de euros: 7,7 mil milhões de euros em casas novas e 24,1 mil milhões de euros em casas existentes. Trata-se de um aumento de 13,1% relativamente ao ano anterior. De acordo com o INE, nos últimos cinco anos, o valor das habitações transacionadas cresceu 50,6%, enquanto o número de transações não aumentou além de 11 por cento.
Considerando apenas as casas novas, foi observado um aumento de 8,5% no número de transações e de 18,2% no valor. Quanto aos imóveis existentes, o número de transações reduziu 0,1%, enquanto o valor das transações aumentou 11,6 por cento.
As famílias compraram 145 515 habitações em 2022, representando 86,7% do total das transações. Trata-se de um aumento de 2,7% em relação a 2021 e é, segundo o INE, o registo mais elevado desde 2019 (ano a partir do qual esta informação passou a estar disponível). As aquisições por famílias totalizaram 27,3 mil milhões de euros, um crescimento de 13,2% relativamente ao ano anterior.
Em 2022, realizaram-se 50 218 transações de alojamentos na Área Metropolitana de Lisboa e 47 303 no Porto. Estas duas regiões totalizaram 58,1% das transações realizadas. No entanto, o seu peso relativo nas transações realizadas em território nacional está a diminuir. “Estas duas regiões foram as únicas a evidenciar, pelo segundo ano consecutivo, reduções das respetivas quotas relativas regionais”, evidencia o INE. O Cento (35 516 transações) e a Região Autónoma da Madeira (4142) foram as duas regiões nacionais “que mais cresceram”, segundo o instituto, em termos de quotas relativas regionais: 0,7 e 0,3 pontos percentuais, respetivamente.
O valor transacionado na Área Metropolitana de Lisboa totalizou 13,3 mil milhões de euros, concentrando 41,7% dos negócios realizados em 2022. A Região Autónoma dos Açores foi aquela em que o peso das aquisições por famílias foi o mais relevante: 91,5% das transações nesta região foram feitas por famílias.
Foram vendidas 10 722 habitações a compradores com domicílio fiscal no estrangeiro em 2022, o que representa um crescimento de 20,2% face a 2021, sendo mais de metade das transações (5812) realizadas por compradores da União Europeia. O valor total das transações foi de 3,6 mil milhões de euros (mais 25,3% que no ano anterior).
Em 2022, o valor médio despendido em aquisição de casa por compradores residentes em território nacional foi de 179 201 euros. Este valor sobe para 279 063 euros quando os compradores são provenientes de outros países da União Europeia e para 406 267 euros se pertencerem aos restantes países.
Os compradores com residência no estrangeiro realizaram 36,9% das transações no Algarve, um valor que o INE classifica como o mais baixo desde 2019. Seguiram-se a Área Metropolitana de Lisboa e o Centro como regiões preferenciais: 20,1% e 19,4%, respetivamente.
No Algarve, as transações por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro representaram 26,2% do total em número e 37,9% do total em valor.
No último trimestre de 2022, o índice de preços da habitação cresceu 11,3% relativamente ao período homólogo. Os preços das habitações existentes aumentaram 12,7% e os das habitações novas 7,1 por cento.
Transacionaram-se neste período 38 526 habitações, traduzindo-se num decréscimo de 16% em relação aos últimos três meses de 2021 e de 8,8% relativamente ao trimestre anterior. O valor transacionado também diminuiu 10,5% face a idêntico período de 2021.