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Crédito à habitação: taxa mista pode ser uma defesa

A subida sucessiva da Euribor penaliza quem tem taxa variável no crédito à habitação. A taxa mista pode ser uma boa escolha.

 

As taxas Euribor sobem sucessivamente, com valores que já não se viam há 15 anos. Os bolsos dos consumidores esvaziam-se rapidamente, pois a maior parte contraiu empréstimos para comprar casa que seguem taxas variáveis, ou seja, indexadas à Euribor, tendo-a como referência.

Em Portugal, estes contratos representam 90% dos que estão em vigor atualmente. Tal significa que quase todos os cidadãos estão expostos aos humores das taxas de juro nos mercados.

Neste tipo de contratos, a taxa de juro aplicada é revista periodicamente, em função da maturidade do indexante utilizado (3, 6 ou 12 meses), o que se traduz em alterações no valor da prestação. As mais recentes têm sido abruptas.

Ao contrário do que acontece em muitos dos países europeus, a utilização de uma taxa fixa ao longo de toda a duração do contrato tem tido uma utilização residual no nosso país. Tal deve-se à oferta dos bancos nacionais a este nível, que é reduzida e pouco atrativa.

Crédito com taxa fixa e variável no mesmo contrato

A taxa mista pode ser uma solução. Este tipo de contrato consiste na utilização de um período inicial de taxa fixa (geralmente não superior a 10 anos), a que se segue uma taxa variável, indexada à Euribor.

Estas ofertas sempre existiram nas propostas de crédito à habitação no nosso país, mas nos últimos meses têm ganhado destaque pelos valores vantajosos que têm apresentado, principalmente nos prazos de fixação da taxa mais curtos (até cinco anos).

Com a Euribor a ultrapassar já a fasquia dos 4%, e sem se saber quando esta tendência se poderá inverter, os bancos nacionais têm apostado em ofertas de taxa mista, com valores de fixação inicial da taxa por vezes abaixo dos valores médios da Euribor. Por isso, é uma opção a considerar para superar este período de subida dos juros.

Prova disto é o facto de várias instituições proporem uma taxa mista, com um período inicial de taxa fixa até 2 anos, com valores a rondar os 3,5%, abaixo da média da Euribor a seis meses, que já supera os 4,1%.

Taxa mista já está em 50% dos novos contratos

Estatísticas do Banco de Portugal referentes a setembro de 2023 demonstram a atratividade destas ofertas, que já representam mais de 50% dos novos contratos de crédito. Recuando seis meses, para março de 2023, os contratos de taxa mista não iam além dos 17%, sendo 75% de taxa variável.

Se procura crédito para compra de habitação ou está a renegociar o que já possui, pondere a possibilidade de fixar a taxa de juro aplicada ao contrato durante um período não superior a três anos, tendo em conta as projeções económicas para os próximos tempos. Se a taxa que obtiver durante o período inicial for inferior às médias da Euribor, pode assim poupar alguns euros no seu encargo com o crédito à habitação.

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