A habitação em Portugal anda pelas ruas da amargura. Por um lado, a compra e venda de imóveis tornou-se num mercado quase de luxo, inalcançável para um português com baixos rendimentos. A subida da taxa de inflação, os preços das casas a dispararem, a falta de oferta e o aumento das prestações dos créditos à habitação têm afastado os consumidores do sonho de comprar a sua própria casa. Por outro lado, no arrendamento, o valor das rendas são incomportáveis e o mercado deixou de conseguir dar resposta. Atualmente, ter casa não é para quem quer, mas, sim, para quem pode.
Afinal, devo comprar ou arrendar? Não há uma resposta certa para esta pergunta. Depende da sua condição financeira e da oferta de casas existente na zona pretendida (para vender e para arrendar). Mas veja as vantagens e as desvantagens de cada uma das opções.
Comprar uma casa é sinónimo de ter de assegurar vários encargos. Caso recorra a um empréstimo bancário, além da mensalidade ao banco, terá de pagar uma entrada de, no mínimo, 10% do valor de aquisição ou de avaliação do imóvel; comissões de análise de processo, de formalização e de avaliação do imóvel; escritura e três encargos fiscais (imposto de selo pela utilização do crédito, imposto de selo sobre a aquisição do imóvel e o IMT - imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis). Mais: terá de arcar ainda com as despesas de condomínio (se comprar um apartamento) e as despesas de manutenção da casa.
Assim, esta opção é recomendada para quem:
Se optar por comprar casa, simule e perceba qual é o melhor crédito à habitação para si. Siga, ainda, algumas dicas da DECO PROTESTE.
Um dos grandes problemas de arrendar é encontrar uma casa que preencha todos os seus requisitos e cuja renda não represente uma fatia considerável do orçamento mensal familiar. Em determinadas zonas do país, como as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, hoje em dia, é quase impossível não pagar um pequeno balúrdio por um T1.
Têm sido criados alguns programas para tornar o arrendamento acessível a todos. No entanto, estes acabam por não ter a adesão esperada. Saiba como funciona o Programa de Apoio ao Arrendamento e o Porta 65.
Arrendar casa é, assim, recomendado para quem:
É verdade que, quem arrenda, tem menos despesas associadas, pois apenas terá de pagar a renda mensal ao senhorio. No entanto, tem algumas desvantagens, nomeadamente o facto de ter de comunicar qualquer alteração que queira fazer em casa (obras, por exemplo), podendo também ser obrigado a mudar-se se o contrato de arrendamento terminar ou o senhorio optar por não o renovar. A longo prazo, poderá, ainda, gastar tanto ou mais dinheiro do que se optasse por comprar casa. Estará sempre a investir em algo que não é seu.
Oiça o debate sobre o tema no podcast da DECO PROTESTE.
Independentemente da decisão, tem de ter atenção a algumas questões: