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Como fazer um orçamento doméstico

A boa gestão financeira da família passa pelo orçamento. Com esta ferramenta, consegue controlar o que gasta e em quê. Saiba como fazer.

 

Ao basear a gestão do seu dinheiro num orçamento, pode quantificar as possibilidades de poupança ou necessidades de rendimentos adicionais. O objetivo é ter margem para usufruir de um dia-a-dia sem preocupações e pôr algum dinheiro de lado para poupança e, quem sabe, investimento.

O orçamento deve incluir todas as despesas e receitas do agregado familiar, organizadas para facilitar a análise. Para o efeito, guarde os extratos bancários e os comprovativos de despesas e de receitas, para servirem de suporte à tarefa de desenho do orçamento.

Elencar as despesas

As despesas podem ser fixas ou variáveis, mensais ou pontuais. Deve ainda acautelar a poupança.

  • Despesas fixas: encargos que se mantêm estáveis durante algum tempo, geralmente associados a um contrato (por exemplo, prestação de crédito à habitação, renda, seguros, transportes, eletricidade, telecomunicações, água e gás). Convém não comprar nada de supérfluo antes de pagar todas as despesas fixas.
  • Despesas variáveis: vestuário, lazer e saúde, entre outras.
  • Fundo de emergência/reserva: o ideal seria ir pondo de lado, ao longo do tempo, o correspondente a cerca de meio ano de receitas. Mesmo que não consiga atingir este montante, não deixe de ir guardando algum dinheiro. Esta reserva pode ser utilizada para cobrir despesas inesperadas (doença, reparação de máquina ou automóvel) ou perda de receitas (desemprego).
  • Poupança: o fundo de emergência pode ser canalizado para produtos de poupança sem risco ou de baixo risco que permitam efetuar reforços. Assegure-se de que pode movimentar o dinheiro em qualquer momento, sem penalizações. Deve ter outros instrumentos de poupança para objetivos de longo prazo como comprar uma casa ou para reforma.

Conheça 15 formas de poupar nas despesas da casa

Avaliar cada despesa e encontrar formas de as reduzir

Ao identificar todas as despesas do orçamento, é mais fácil avaliar o peso de cada uma delas e encontrar formas de as reduzir ou eliminar.

A energia é uma parte essencial das despesas familiares. Não podendo prescindir dela, pode encontrar formas para a reduzir. O seu fornecedor de eletricidade é o mais barato? A potência contratada é a adequada para a sua casa? Já experimentou a tarifa bi-horária?

Este é apenas um exemplo. Pode ainda baixar a conta de telecomunicações, otimizar a despesa de supermercado, e muitas outras medidas que lhe permitem poupar sem perder qualidade de vida.

Identificar as receitas

Os trabalhadores por conta de outrem, sem outras fontes de rendimento, têm o preenchimento desta secção do orçamento facilitada. Se tem rendimentos variáveis deve preencher o campo com base em expectativas realistas (por exemplo, a média dos rendimentos obtidos no ano anterior). Nas receitas deverá incluir ainda rendas, prestações sociais, lucros de algum negócio, prémios ou outros rendimentos.  

Como funciona um orçamento eficaz?

Um orçamento, por si só, não serve para muito. É a fotografia das suas despesas e receitas num dado momento. Para que seja útil, é preciso atualizá-lo constantemente e analisá-lo periodicamente.

É fundamental perceber, a cada momento, se está a respeitar os objetivos traçados e qual a sua margem:

  • anote as despesas diárias;
  • verifique se, a esse ritmo, consegue chegar ao final do mês sem preocupações.

Se tiver um défice mensal, tome medidas, É sinal de que está a gastar mais do que recebe.

Deve, ainda, precaver-se, pois há despesas que não acontecem todos os meses:

  • compras de supermercado excecionais;
  • idas a restaurantes ou encomenda de refeições;
  • seguros obrigatórios (que além de mensais podem ser trimestrais, semestrais ou anuais);
  • férias;
  • impostos (IMI, IUC, etc.).

Todas as despesas devem estar incluídas no orçamento, independentemente da periodicidade.

Algumas dicas para tirar partido do orçamento

A elaboração de um orçamento anual parece complexo, mas não é. O primeiro pode ser mais difícil, mas nos anos seguintes torna-se mais simples.

Para o primeiro orçamento, deve deixar uma margem confortável para despesas não previstas. Sem registos anteriores, poderá não ter noção de quanto esse valor poderá representar.

O principal objetivo de um orçamento é manter o saldo positivo. Pode recorrer a gráficos para acompanhar a evolução visualmente, o que facilita a análise quer das despesas quer das receitas.

Observe os resultados das mudanças introduzidas e reaja antes de chegar a terrenos negativos.