DECO PROTeste Casa - como decidir comprar arrendar casa

Comprar ou arrendar casa? Ajudamos a decidir

O atual problema da habitação complica a decisão. Conheça os prós e os contras de arrendar e de comprar casa.

 

A habitação em Portugal anda pelas ruas da amargura. Por um lado, a compra e venda de imóveis tornou-se num mercado quase de luxo, inalcançável para um português com baixos rendimentos. A subida da taxa de inflação, os preços das casas a dispararem, a falta de oferta e o aumento das prestações dos créditos à habitação têm afastado os consumidores do sonho de comprar a sua própria casa. Por outro lado, no arrendamento, o valor das rendas são incomportáveis e o mercado deixou de conseguir dar resposta. Atualmente, ter casa não é para quem quer, mas, sim, para quem pode.

Afinal, devo comprar ou arrendar? Não há uma resposta certa para esta pergunta. Depende da sua condição financeira e da oferta de casas existente na zona pretendida (para vender e para arrendar). Mas veja as vantagens e as desvantagens de cada uma das opções.

Comprar casa: muitos custos iniciais

Comprar uma casa é sinónimo de ter de assegurar vários encargos. Caso recorra a um empréstimo bancário, além da mensalidade ao banco, terá de pagar uma entrada de, no mínimo, 10% do valor de aquisição ou de avaliação do imóvel; comissões de análise de processo, de formalização e de avaliação do imóvel; escritura e três encargos fiscais (imposto de selo pela utilização do crédito, imposto de selo sobre a aquisição do imóvel e o IMT - imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis). Mais: terá de arcar ainda com as despesas de condomínio (se comprar um apartamento) e as despesas de manutenção da casa.

Assim, esta opção é recomendada para quem:

  • Dispõe de, pelo menos, 30% do valor do imóvel para as despesas iniciais;
  • Apresenta uma situação financeira estável. Deve também ter em atenção a sua taxa de esforço. Esta corresponde à percentagem do seu rendimento mensal que é canalizada para o pagamento de créditos (à habitação e outros) e que, idealmente, não deve ultrapassar os 35 por cento;
  • Está disposto a assumir um compromisso que dura, em média, 30 anos;
  • Pretende assegurar um teto para a velhice e deixar um bem valioso aos herdeiros.

Se optar por comprar casa, simule e perceba qual é o melhor crédito à habitação para si. Siga, ainda, algumas dicas da DECO PROTESTE.

Arrendar casa: investir em algo que não é seu

Um dos grandes problemas de arrendar é encontrar uma casa que preencha todos os seus requisitos e cuja renda não represente uma fatia considerável do orçamento mensal familiar. Em determinadas zonas do país, como as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, hoje em dia, é quase impossível não pagar um pequeno balúrdio por um T1.

Têm sido criados alguns programas para tornar o arrendamento acessível a todos. No entanto, estes acabam por não ter a adesão esperada. Saiba como funciona o Programa de Apoio ao Arrendamento e o Porta 65.

Arrendar casa é, assim, recomendado para quem:

  • Está em início de carreira, quer sair de casa dos pais ou não tem uma situação pessoal e profissional estáveis;
  • Apresenta uma situação financeira que não inspira confiança aos bancos;
  • Não possui uma poupança que lhe permite fazer face às despesas iniciais para comprar uma casa.

É verdade que, quem arrenda, tem menos despesas associadas, pois apenas terá de pagar a renda mensal ao senhorio. No entanto, tem algumas desvantagens, nomeadamente o facto de ter de comunicar qualquer alteração que queira fazer em casa (obras, por exemplo), podendo também ser obrigado a mudar-se se o contrato de arrendamento terminar ou o senhorio optar por não o renovar. A longo prazo, poderá, ainda, gastar tanto ou mais dinheiro do que se optasse por comprar casa. Estará sempre a investir em algo que não é seu.

Oiça o debate sobre o tema no podcast da DECO PROTESTE.

Cuidados a ter em ambas as opções

 Independentemente da decisão, tem de ter atenção a algumas questões:

  • Antes de avançar para o negócio, estude bem o mercado da zona onde pretende viver e compare preços. Utilize os serviços de algumas imobiliárias e consulte sites especializados na compra e venda e no arrendamento de imóveis, como é o caso do Proteste Casa;
  • Visite várias casas antes de se decidir por uma e esteja atento a potenciais problemas de construção e conservação;
  • Se precisa de pedir empréstimo ao banco, peça simulações a vários e opte pelo que lhe oferecer melhores condições, tendo em consideração a taxa anual de encargos efetiva global (TAEG) mais baixa;
  • Quando tiver encontrado a casa dos seus sonhos, verifique se está tudo em ordem. Por exemplo, se comprar, veja se o proprietário tem a papelada necessária (certificado energético, licença de utilização, plantas e ficha técnica, etc.). Caso arrende, veja, por exemplo, se o senhorio faz contrato e emite recibos pelas rendas pagas;
  • Se puder, evite indicar fiadores como garantia de pagamento das prestações ou rendas. Em alguns casos, pode ser a única forma de conseguir a casa, mas tenha em conta que, se alguma coisa correr mal, terão de ser os fiadores a resolver o problema;
  • Caso arrende uma casa já mobilada, faça uma lista de todo o recheio, anotando as condições em que se encontram os objetos, e assegure que esta faz parte do contrato.