Mais de 90% dos contratos de crédito à habitação em Portugal estão indexados à Euribor. Mas o que é a Euribor? E o que significa o crédito estar indexado à Euribor?
A PROTESTE CASA explica-lhe o essencial.
A taxa de juro cobrada pelos bancos num crédito à habitação com taxa variável é composta por dois elementos:
Aquando da celebração do contrato de crédito à habitação, caso seja de taxa variável, fica definida a maturidade da Euribor. A maturidade é a periodicidade em que é revista a taxa de juro. Regra geral, são utilizadas maturidades a 3, a 6 e a 12 meses. No caso da maturidade a 3 meses, por exemplo, significa que a cada três meses a taxa de juro será revista e atualizada de acordo com as condições do mercado na altura.
Em Portugal, a maioria dos empréstimos para a compra de casa estão indexados à Euribor a 6 meses, apesar de, nos novos contratos, a Euribor a 12 meses já ser predominante. Como não é um valor fixo, a taxa de juro a pagar pelo consumidor pode variar consideravelmente ao longo do contrato, com reflexo também na prestação mensal a pagar ao banco.
Eis alguns exemplos de como a Euribor pode variar fortemente:
Saiba mais: 10 questões sobre a Euribor, a taxa que mexe com o crédito à habitação
A Euribor tem acompanhado o ritmo de evolução crescente das taxas de referência do Banco Central Europeu (BCE) – numa tentativa de controlar os níveis de inflação nos países da Zona Euro – e segue também em rota ascendente desde o ano passado.
Assim, apesar de a taxa de refinanciamento do BCE não estar diretamente ligada aos contratos de crédito à habitação, vai acabar por influenciar a Euribor, que deverá continuar a subir nos próximos meses. E, como consequência, é provável que as prestações de crédito à habitação mantenham também a tendência crescente.
No âmbito do programa Mais Habitação, o Governo já aprovou um novo apoio direcionado para os consumidores em dificuldades para pagar as prestações do crédito à habitação, no seguimento do aumento preocupante das taxas de juro de referência. O apoio é concedido na forma de bonificação temporária de juros.
Este apoio destina-se a famílias com taxa de esforço superior a 35 por cento, mas não é condição única. Para aceder à ajuda, as famílias têm de acumular outras sete condições, tornando o acesso a esta ajuda “um autêntico labirinto”, na opinião de Nuno Rico, especialista da DECO PROTESTE em produtos bancários.
O economista vai mais longe e considera que este apoio “é dinheiro desperdiçado”, pois irá ter um “impacto muitíssimo reduzido” no alívio às famílias. A DECO PROTESTE já fez chegar ao Governo e aos grupos parlamentares uma proposta complementar de travão à prestação de crédito à habitação, que permitiria instituir um apoio mais robusto às famílias em esforço para pagar os seus empréstimos, sem sacrificar os cofres do Estado.
Junte-se às reivindicações da DECO PROTESTE: Exija um travão na prestação de crédito à habitação